(...)
Assim você preferirá viagens, progresso...
Você não terá paz, você não será indiferente,
Nem será religioso, você...ôh você, irmão pequeno, vai
atingir o telefone, os gestos dos aviões,
O norte-americano, o inglês, o arranha-céu!...
Matemos a hora que assim mataremos a terra e com ela
Estas sombras de sumaúmas e violentos baobás,
Monstros que não são daqui e irão se arretirando
Matemos a hora que assim mataremos as sombras sinistras,
Esta ambição de morte, que nos puxa, que nos chupa,
Guia da noite,
Guiando a noite que canta de uiara no fundo do rio.
Venha comigo. Por detrás das árvores, sobrado dos igapós,
Tem um laguinho fundo onde nem medra o grito do cacauê...
Junto à tocaia espinhenta das largas vitórias-régias,
Boiam os paus imóveis, alcatifados de musgo úmido, com calor...
Extraído do Livro azul, de Mário de Andrade, escrito em 1931
GRACIAS, MUCHAS GRACIAS POR COMPARTIR TAN HERMOSO TEXTO.
ResponderExcluirABRAZOS