Faça o que lhe digo. Solte primeiro uma borboleta.
Se não amanhecer depressa, solte outras de cores diferentes.
De vez em quando, faça partir um barco. Veja aonde vai. Se for difícil, suprima o mar e lance uma planície.
Mande um esboço de rochedo, o resto de uma floresta.
Jogue as iniciais do lenço. Faça descer algumas ilhas.
Mande a fotografia do lugar com as curvas capitais e a cópia dos seios.
Atire um planisfério. Um zodíaco. Uma fachada de igreja. E os livros fundamentais.
Sirva-se do vento, se achar difícil.
Eles estão perdidos. Mas nem tudo o que fizeram está perdido.
Separa o que possa ser aproveitado e mande. Sobretudo, as formas em que o sonho de alguns se cristalizou.
Remeta a relação dos encontros, se possível. E o horário dos ventos.
Mande uma manhã de sol, na íntegra.
Faça subir a caixa de música com o barulho dos canaviais e o apito da locomotiva.
Veja se consegue o mapa dos caminhos.
Mande o resumo dos melhores momentos.
As amostras de outra raça.
Com urgência, o projeto de uma nova cidade!
A PACIÊNCIA da Esfinge. Que paciência!
* Aníbal Monteiro Machado nasceu em Sabará(MG) em 1894 e faleceu no Rio de Janeiro em 1964. É autor de Tati, a garota, A morte da porta-estandarte, Vila feliz, Histórias reunidas, poesias, além de ensaios e críticas literárias.
GUAU... MUY INSPIRADOR...!
ResponderExcluirABRAZOS