alguidar feito de barro saído do ventre da terra cheio de cheiros temperos
sabores diversos
corpo do chão mater matéria volátil
fumacento
meu corpo meu chão minha cova meu buraco de tatu meu umbigo
minha terra um corpo sem palmeiras flutua ao sabor do vento
que sopra e tem o gosto do balanço das ondas do mar
panela de barro onde cabem línguas vísceras dores
de amores fugazes
gases
rarefeitos verbos intestinos
labirintos langorosos
perfumes de gardênias acácias douradas suspensas
na solidão da floresta
meu corpo tua matéria minha razão de existir
da terra brotei a ela voltarei serei verme
serei grão serei raiz serei pau serei pedra?
serei chão outra vez?
não me perguntem o porquê pois
aqui não mais estarei
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