L'homme n'a pas encore commencé son travail: il est encore à preparer ses outils. Quand le temps sera venu, à peine gardera-t-il ce nom d'homme...
(Le grand vent qu'il fait, qui crie dans la cheminée, me souffle des insanités.)
- Quelle acquisition, la mémoire!...
Quand l'homme aura reconnu qu'il n'est rien, alors cela pourra commencer.
Alors l'intelligence pourra ou disparaître, ou tout remplacer? Elle commencera
à bâtir.
Les questions, les énigmes nécessaires auront été avalées. Naître, souffrir, mourir ne feront plus de difficultés. Il y aura longtemps que l'énergie, les
matières, les êtres vivants auxiliaires seront à disposition. Le commerce, l'industrie, ne seront plus. Il y aura une seule scienceet ele sera presque
innée.
La terre ne sera qu'une ville. Rien ne sera plus naturellement...c'est-à-dire aveuglément
Paul Valéry, em Poésie perdue (1916) - Paris Gallimard, 2000
Vento do Nordeste
O homem ainda não começou seu trabalho: está ainda preparando suas ferramentas. Quando chegar o momento, conservará apenas o nome de homem...
(O grande vento que faz, que assobia na lareira, me sopra insanidades.)
- Que aquisição, a memória!...
Quando o homem tiver reconhecido que é nada, então poderá começar. Poderá então a inteligência desaparecer ou tudo substituir? Ela começará a construir.
As questões, os enigmas necessários terão desaparecido. Nascer, sofrer, morrer
não serão mais problemas. Haverá um tempo que a energia, as matérias, os seres vivos auxiliares estarão disponíveis. O comércio, a indústria, não existirão. Haverá apenas uma ciência e ela será quase inata.
A terra será apenas uma cidade. Nada mais será feito de forma natural - isto é,
às cegas.
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