Lugar sem comportamento é o coração.
Ando em vias de ser compartilhado.
Ajeito as nuvens no olho.
A luz das horas me desproporciona.
Sou qualquer coisa judiada de ventos.
Meu fanal é um poente com andorinhas.
Desenvolvo meu ser até encostar na pedra.
Repousa uma garoa sobre a noite.
Aceito no meu fado o escurecer.
No fim da treva uma coruja entrava.
....................................................
Nuvens me cruzam de arribação.
Tenho uma dor de concha extraviada
Uma dor de pedaços que não voltam.
Eu sou muitas pessoas destroçadas.
"Auto-retrato falado" - Livro das Ignorãças-1993
Manoel de Barros (1916- )nasceu em Cuiabá-MT. Atualmente mora em Campo Grande(MS)
cirandeira este maravilhoso Barros tem que ser meu tio.....
ResponderExcluirolha, eu morei 13 anos em Buzios.e la fotografei muito, foi la que a minha historia com a fotografia tomou curso...
mas agora moro aqui no baixo sul da Bahia, em breve indo para o Reconcavo...
um abraço....
Olá!
ResponderExcluirPassei para ler e deixar
cumprimentos
Oi, Cirandeira:
ResponderExcluirSeu blog está cada vez mais bonito, emocionante até. Também curto o Manoel de Barros, que, para mim, é o mais original dos poetas brasileiros.
Um grande e carinhoso abraço!