DE CHARLES BUKOWSKI (1920-1994)

Arder na água, afogar-se no fogo. O mais importante é saber atravessar o fogo.

16/07/2011

O dilema do poeta...

Gustave Caillebotte




Os poetas (cf. artistas) estão próximos de necromontes, fazendo esforços para ouvir os mortos cantarem. Esses mortos poderosos são as Sereias, mas não cantam para castrar, pois a morte faz amizade com todo poeta (cf. artista). Poesia, o duplo dilema da fantasia de lutar com os mortos poderosos, podendo se definir qualquer poema como o desvio de uma possível morte, pois o poeta, em sua elevação daemônica, adquire poder para uma energia contra si mesmo, e consegue, a um custo terrível, sua mais nítida vitória na luta com os mortos poderosos - o protesto da mente criativa contra a tirania do tempo.




Harold Bloom, escritor, ensaísta e crítico literário.


Nova York (1930- )

6 comentários:

  1. Amiga Cirandeira, boa tarde!
    Um pensamento de uma profundidade incrível. Temo até cometer a heresia de comentar Harold Bloom. Passou aqui pela minha cabeça um livro que li há muitos anos, chamava-se Vida Contra a Morte, o autor era um americano da Contracultura que, já ouvi dizer, está ressurgindo de novo, felizmente. Mas não me recordo bem do nome dele, talvez tivesse Brown no sobrenome. Enfim, esse livro também tangenciava essa temática de Tanatos e Eros, uma luta eterna, ao mesmo tempo, necessária. A vida tem seus enigmas e os poetas são suas antenas, captam o que está no ar, reconstróem tudo em símbolos e palavras e nos devolvem para que fiquemos também retirando seus véus e mistérios...
    Nossa, eu ficaria o resto dessa tarde e mais uns cem anos só tentando dizer o que penso.
    Você é mesmo a nossa Pensadora Querida!
    Uma semana de muitas auroras!!!Bjsss

    Ah, o autor de Vida Contra a Morte é Norman O. Brown, essa saiu do fundinho do baú [risos].

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  2. A arte como um todo é um protesto e uma revolução, um virar a mesa, um quebrar das regras, um sim a vida e um não a morte. Sei lá. Sei que existo por causa da arte, da que me escapa e da que capturo sem pudor.
    beijos, querida Ci. O seu comentário no meu último post está tão literário que poderia existir sozinho.

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  3. Van, eu tenho esse livro, é mesmo muito bom! Vez por outra o releio, está quase todo grifado :) A Arte é que nos redime e nos "salva" !
    Obrigada pelo comentário, és sempre muito generosa!!

    Beijos, querida

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  4. Concordo plenamente contigo, Lelena, e digo mais: a capturas de uma forma brilhante, sempre que te leio me reabasteço!
    Quanto ao meu comentário...bem, já te falei sobre "esse fenômeno" -º)

    beijoss

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  5. Amiga, eu viria aqui todos os dias, não só pela amizade e afinidades que nos unem, mas para me banhar nessa fonte de conhecimento que tão generosamente nos presenteias e nos enriquece e, como se diz popularmente, abre as nossas cabeças. Mas, sinceramante, minha vida está muito agitada e corro o dia inteiro de um lado pro outro. Mas vou procurar ser mais assídua, prometo![risos]
    O colega acima disse-o bem, seus comentários são aulas literárias e libertárias, têm algo de especial, arejam a nossa mente.Gosto de verdade.
    Continue assim, Ci!
    Você é maravilhosa!
    Abraço bem apertado da tua leitora, discípula e amiga!!!

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  6. "Minina, quié isso"?! Desse jeito fico encabulada, rrss És mesmo muito carinhosa e gentil, obrigada, amiga. O que faço por aqui é apenas compartilhar as leituras que faço, solamente, e me sinto bem fazendo isso. No final das contas todos nós aprendemos, não é?
    Acharei ótimo e ficarei muito feliz com tua assiduidade. Tomara...!

    Beijão

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