foto: Francesca Woodman
Esqueleto
XLIV
Onde está o menino que eu fui?
Está dentro de mim ou se foi?
Sabe que jamais o quis e que tampouco me queria?
Por que andamos tanto tempo crescendo para nos separarmos?
Por que não morremos os dois quando minha infância morreu?
E se minha alma se foi por que me segue o esqueleto?
LIX
Por que não nascí misterioso?
Por que crescí sem companhia?
Quem me mandou escancarar as portas de meu orgulho?
E quem saía a viver por mim quando eu dormia ou adoecia?
Que bandeira se agitou alí onde não me esqueceram?
Pablo Neruda
GRANDE, GRANDE, GRANDE NERUDA...!
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