Desvelado aos portões do sonho
luta, isolado, um olho.
Ainda existirá um olho
de outrem, ao lado
desse nosso: mudo
sob a pálpebra de pedra.
Oh esse olho ébrio
que erra ao redor como nós
e por vezes atônito nos mira.
Ai a escuridão
olhada atenta.
Olhos e boca, tão abertos e vazios, Senhor.
Teu olho, tão cego como a pedra.
Flor - uma palavra de cegos.
Cantos:
vozes dos olhares em coro,
tu estás
onde está teu olho, tu estás
no alto, estás
embaixo, eu
encontro a saída.