Não ficarei só no campo da arte e,
ânimo firme, sobranceiro e forte,
tudo farei por ti para exaltar-te, serenamente,
alheio à própria sorte
para que eu possa um dia contemplar-te
dominadora em férvido transporte,
direi que és bela e pura em toda parte,
por mais risco que essa audácia importe.
Queira-te eu tanto, e de tal modo
em suma, que não exista força humana
alguma que esta paixão embriagadora dome.
E que eu por ti, se torturado for, possa feliz,
indiferente à dor, morrer sorrindo
a murmurar teu nome!
Carlos Marighella ( 1911-1969)
* Poema colhido de http://ohomemhorizontal.blogspot.com/ ,
de Remo Mannarino
Ser mencionado no seu blog é muito prestígio para O Homem Horizontal.
ResponderExcluirA obra poética de Marighella, reunida no livro "Rondó da Liberdade", é de caráter político e apesar disso cheia de lirismo.
Muito interessantes e, sem dúvida, curiosas são as poesias que fez ao desenvolver questões das provas de engenharia, na Escola Politécnica da Bahia, que abandonou em 1934.
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