pés que ardem, queimam o andar
do caminhante, perambulam
pulam, descem, sobem pelas paredes
do meu quarto em noites chuvosas
pelas rugas de meus olhos
lágrimas
escorrem goela abaixo
escorrem goela abaixo
do meu ventre
soluços estalagmatizados,
soluços estalagmatizados,
calcinados pelo tempo
nas galerias subterrâneas
nas galerias subterrâneas
do meu corpo
pés subiram e desceram
ladeiras sinuosas
por caminhos venosos
pés subiram e desceram
ladeiras sinuosas
por caminhos venosos
hoje plantados sobre
falsas quimeras...!
o caminhar pode se tornar doloroso sim. quimeras podem ter ficado em sonhos não realizados. mas, enquanto voarem as palavras, o caminho das nuvens ainda é possível.
ResponderExcluirmais um poema que me fez refletir em nossa [breve] passagem por este mundo. o que queremos dela?
beijo, minha amiga.
Nem sei, meu amigo...talvez ainda
ResponderExcluirsejam as quimeras que nos façam
buscar "o caminho das nuvens" !
Quem sabe?
beijosss
Imagem deslumbrante, essa do cabeçalho! Deu um contraste surpreendente com o texto que veio em seguida! PARABÉNS!!!
ResponderExcluirBeijos
Mas então você é poeta?! Lembro de lhe ouvir algumas vezes dizer que se tivesse a palavra poética... Ou não? Mas, para alguns poemas o leitor está como que sentado à varanda antes da aurora e ela vem vindo lentamente, e dali a pouco um raio de sol acaricia a face dele; Para outros o leitor está dentro da sala, com as cortinas negras cerradas,insone, sem saber sequer se ainda é madruga... e, de repente, o poenta abre num só gesto as cortinas, e o leitor leva um choque de luz que o desloca de si mesmo como uma onda! Dormira longamente e acordara agora? A leitura desse seu poema foi para mim desta segunda forma. Os últimos versos arrepiantes! E por ventura há melhor efeito de um poema sobre nós? Creio que não. Nada de eclipses nos seus versos! Beijo. P.s.: Cirandeira, lamentavelmente não tenho conseguido comentar no Mínimo Ajuste, clico no botão, sem que se me mostre qualquer opção de perfil, embora haja a solicitação. Estranho, pois geralmente já estou conectado à conta do Google. Clico e nada, um botão morto. Tenho enfrentado esse problema em outros blogs, inclusive no da Bípede. Deve ser questão de configuração?
ResponderExcluirO comentário escrito acima foi feito por MARCANTONIO(http://azultemporario.blogspot.com). Como o blogger não está liberando a publicação, resolví 'copiar' e 'colar' para sair o comentário. Uma coisa de loucos, esses "provedores"!!!
ResponderExcluirMarcantonio, não sou poeta não! O quié isso? Continuo a dizer: ah se eu tivesse a palavra poética! Quem
ResponderExcluirme dera! São apenas palavras cuspidas, que saltam aos solavancos
à minha revelia, só isso, viu?
beijos
vou pegar no último comentário que deixaste aqui, ainda que sejam palavras cuspidas atingem certeiras
ResponderExcluirdescobri o teu blogue pelo mínimo ajuste, e o que lá deixei mantenho, quem me dera escrever essas tuas palavras, dar também essa cuspidelas
beijinho
Sobem as estalagmites,
ResponderExcluircaem as estalactites.
O chão queima.
Um beijo, amiga.