Abri a janela aberta para a sebe
E me debrucei sobre a forma do luar
Sobre a forma da noite sem limites
E eis que um não-sei-quê roçou o meu
espírito
E eu não pude apanhar essa alma de
minha alma
Talvez uma lembrança
Morta antes mesmo de não ser mais
nada
Além destas palavras
***
Tu não percebes, mas o teu corpo permanece
Tu nada sentes, mas o teu corpo se transforma
Tu falas e o teu corpo faz
Tu vês, ele não vê
Tu caminhas e ele marca passo
Tu saboreias e ele só digere
Tu te ris enquanto ele sorri
Tu adormeces e ele cai no sono
Ele não descobre a mudança
funda de suas forças
Paul Valéry, 1871-1945
Paul Valéry e a dicotomia entre corpo e o eu interior. Perfeito, um mergulho no azul infinito...
ResponderExcluirBom fim de tarde, amiga Ci!Bjsss
GUAU...
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