A morte ía comigo e eu, com ela.
E vi o seu ridículo vestido,
o andar desajeitado e sem sentido,
o rosto com penteado de donzela,
sendo tão velha, velha no ruído
de suas meias e sapatos de heras.
Então não resisti e me ri dela,
caçoei de seus gestos confundidos.
E desta sisudez que nada espera,
mas sabe que na vida um só gemido
pode fazê-la emudecer. Insisto
em rir de sua passagem sem estrela
sem grandeza nenhuma. E se resisto,
é porque está em mim quem vai vencê-la
Carlos Nejar, escritor, poeta, crítico literário, nasceu em Porto Alegre(RGS) em 1939.
e vai.
ResponderExcluirgasto muito de nejar, cirandeira. muito.
beijão,
r.
MUY INTELIGENTE TEXTO. ME TRAMA.
ResponderExcluirUN ABRAZO
muito bonito...
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