DE CHARLES BUKOWSKI (1920-1994)

Arder na água, afogar-se no fogo. O mais importante é saber atravessar o fogo.

20/03/2012

Lautréamont e Rimbaud


Ó ser humano! eis-te agora, nu como um verme, diante do meu gládio de diamante! Abandona teu método; passou o tempo de te fingires orgulhoso; lanço sobre ti minha oração, em atitude prosternada. Alguém observa os mínimos movimentos de tua vida criminosa; estás envolvido pelas malhas sutis da sua perspicácia encarniçada. Não confies nele quando vira as rédeas, pois te encara; não confies nele quando fecha os olhos, pois ainda te encara. É difícil supor que, por meio de artimanhas e maldades, tua temível resolução tenha sido ultrapassar o fruto de minha imaginação. Mesmo seus golpes mais fracos têm efeito. Com cuidado, é possível ensinar àqueles que fingem ignorá-lo que lobos e salteadores não se devoram mutuamente; talvez não seja hábito.

"Os Cantos de Maldoror" de Isidore Ducasse ou Conde de Lautréamont, (1846-1870) nascido em Montevidéu, considerado o grande poeta maldito da segunda metade do século XIX, junto com o seu contemporâneo Arthur Rimbaud.

4 comentários:

  1. Muito bom, recomendo-te o álbum de um grupo português os Mão Morta, que editaram um álbum duplo a partir dos Cantos de Maldoror...
    Já vi que estamos em sintonia...
    Beijinho

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  2. e para aguçar o teu apetite:
    http://www.youtube.com/watch?v=E4yhQmlnB6c

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  3. Obrigada, Laura Alberto, vou procurar por aqui.
    Sim, estamos mesmo em sintonia :)

    beijosss

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  4. Não confio nesse cara, Isidore Ducasse, seguindo seu próprio conselho, apesar de desconfiar.

    ;)



    Um beijo, Cirandeira.

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