Batí no portão do tempo perdido, ninguém atendeu.
Batí segunda vez e mais outra e mais outra.
Resposta nenhuma.
A casa do tempo perdido está coberta de hera
pela metade; a outra metade são cinzas.
Casa onde não mora ninguém, e eu batendo e chamando
pela dor de chamar e não ser escutado.
Simplesmente bater. O eco devolve
minha ânsia de entreabrir esses paços gelados.
A noite e o dia se confundem no esperar,
no bater e bater.
O tempo perdido certamente não existe.
É o casarão vazio e condenado.
Carlos Drummond de Andrade
Ci,
ResponderExcluirEsta coisa dos finais de ano vale o que vale. Já escrevia Vergílio Ferreira que "o tempo que passa não passa depressa; o que passa depressa é o tempo que passou". De qualquer modo, num sucinto balanço ao ano, a descoberta do CIRANDEIRA foi um momento muito agradável.
Dito isto, deixa-me desejar que em 2011 a vida seja generosa e te proporcione as mais preciosas colheitas!
Beijo :)
É isso mesmo, Agostinho, todos os anos é a mesma coisa: o leito do rio pode até estar
ResponderExcluirno mesmo lugar, mas as águas continuam a correr
para o mar em constante renovação. Tudo passa,
à revelia de nossos quereres, de nossos sonhos.
Não fosse essa enxurrada de manifestações e "comemorações", para mim passaria batido, como um dia qualquer...!
Obrigada pelo "momento agradável" e o desejo de
"preciosas colheitas"! Te desejo o mesmo!
beijo :)