![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVxDMVYBE-oy2bAs8ydMSMLkgPSDHvLq1RdCpBa00ORfab1hfgC9LuY3B1P_oOeHrP7ruzNz9oJz9YSB7w-1JE3Azc7I6lLEGFKbibIWdg9bs4ZpnsY3hZeRXw_hIOZAEYOmkMS3N0xjA/s400/1228673095766092.jpg)
A luta branca sobre o papel
que o poeta evita,
luta branca onde corre o sangue
de suas veias de água salgada.
A física do susto percebida
entre os gestos diários,
susto das coisas jamais pensadas
porém imóveis - naturezas vivas.
E as vinte palavras recolhidas
as águas salgadas do poeta
em sua máquina útil.
Vinte palavras sempre as mesmas
de que conhece o funcionamento,
a evaporação, a densidade
menor que a do ar.
João Cabral de Melo Neto
Ci,
ResponderExcluirHá poetas marcantes. João Cabral de Melo Neto, pela forma como utiliza o bisturi na sua escrita, é um deles.
Beijo :)
João Cabral usava seu "bisturi" pra cortar sua própria carne poética, e por tabela os que pretendiam (e pretendem)ser poetas.
ResponderExcluirTenho por ele o maior respeito e
admiração!
um beijo, AC
Ci, suas escolhas são feitas a dedo, com apuro... O João Cabral é o João Cabral! :-)
ResponderExcluirBeijos,