Morta...serei árvore
serei tronco, serei fronde
e minhas raízes
enlaçadas às pedras de meu berço
são as cordas que brotam de uma lira
(...)
Não morre aquele
que deixou na terra
a melodia de seu cântico
na música de seus versos.
A estrada da vida é uma reta
marcada de encruzilhadas.
Caminhos certos e errados,
encontros e desencontros
do começo ao fim.
Entre pedras que me esmagavam
levantei a pedra rude dos meus versos.
Feliz aquele que transfere o que sabe
e aprende o que ensina.
Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas, cidade de Goiás(GO) (1889-1985)
Cora tem o dom de fazer as pedras doces ao leitor.
ResponderExcluirAbs!
Conheço muito mal, pois só comecei a ouvir falar de Cora Coralina desde que frequento a blogosfera (um ano e picos). Creio que a sua poesia só foi descoberta quando ela tinha já uma idade avançada, não é assim?
ResponderExcluirTodo o poema aqui postado faz lembrar as confidências de alguém após ter percorrido o trilho da vida. Destaco a parte final:
"Feliz aquele que transfere o que sabe
e aprende o que ensina."
Beijo :)
É verdade, AC. Embora tenha começado a escrever aos 11 anos de idade(contos)e tenha escrito em vários jornais, principalmente em São Paulo, Cora só veio a ter seu primeiro livro publicado em 1965, quando já estava com 75 anos! O marido, que era chefe de polícia, foi um forte empecilho em sua carreira literária. E somente após a morte dele é que ela pode entregar-se livremente à poesia.
ResponderExcluirbeijo :)
P.S. estava com saudades, viu?
ahhhhhhhhhhh, deleite!
ResponderExcluirbjn,
pati