Um dos principais legados das grandes indústrias da comunicação é o mito de que o jornalista é um personagem indispensável à democracia. Entre outras coisas, este mito justifica o corolário de que sem as empresas jornalísticas também não existe democracia. E é aí que está
a justificação do poder assumido pelos donos de impérios da comunicação. A mudança de paradigmas na informação, provocada pela internet e pela informática, mostrou que os jornalistas não são hoje nem mais nem menos relevantes para a democracia do que os cidadãos comuns. A notícia deixou de ser monopólio dos profissionais e das empresas jornalísticas. Ela chega hoje às pessoas por circuitos que não passam pelas indústrias da comunicação. Mas isso não quer dizer que o jornalista se tornou descartável e desnecessário. A profissão está tendo que se adaptar ao novo contexto das ferramentas digitais da comunicação. O jornalista não é mais o certificador de credibilidades, mas o profissional que pode mostrar aos consumidores de informação como chegar a confiar em notícias. O profissional deixou de ser um oráculo e o interlocutor privilegiado de governantes e empresários para se tornar um tutor de leitores. A função antiga tinha mais glamour e prestígio nos corredores do poder público, mas a nova tem muito mais relevância social, sem falar que está mais próxima da realidade concreta do dia a dia das pessoas. Não é mais possível ter uma medida única para avaliar a confiabilidade de todas as notícias. O jogo de
interesses complicou extraordinariamente a tarefa de separar o joio do trigo no noticiário. O jornalista pode e deve dar aos leitores de um jornal, por exemplo, os elementos para avaliar
credibilidades no contexto concreto de cada evento, dado ou indivíduo. Também não se pode mais jogar nas costas do jornalista toda a responsabilidade pelo patrulhamento das autoridades e do governo. Hoje o conjunto de cidadãos numa comunidade tem um poder de produzir e circular informações muito maior do que o dos repórteres e editores. A revolução tecnológica democratizou a informação e isso faz com que os leitores de jornais também tenham responsabilidades informativas.
Carlos Castilho, Observatório da Imprensa
EL INTERNET, POR ESO HA SIDO LA MAS GRANDE REVOLUCIÓN DE LAS COMUNICACIONES. GRACIAS POR COMPARTIR TAN IMPORTANTE INFORMACIÓN.
ResponderExcluirUN ABRAZO