Canoa Quebrada (CE)
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos.
E por vezes encontramos de nós
em poucos meses o que a noite
fez em muitos anos.
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos.
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes, ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos,
David Mourão-Ferreira, Lisboa (1927-1996)
[e por vezes, o momento da palavra que se alimenta na incerta linha, tempos em tempos a fio...
ResponderExcluirRecordar Mourão-Ferreira nunca é demais]
um imenso abraço,
Leonardo B.
por vezes tudo acontece ou desacontece em frações de segundos...
ResponderExcluirObrigada pela visita, Leo!
Abraço graannde!
Amo esse poema. Guardei-o há tanto tempo dentro de um livro. Palavras preciosas demais, líricas e perturbadoras dentro da alma. Encontrar você, Jussara, também é sempre lírico. Visite minhas barcaças:
ResponderExcluirhtt/barcacasblogspot.com
Beijos! Rita Santana
Obrigada pela visita, Rita. Irei visitá-la,
ResponderExcluirjá, já.
beijos