DE CHARLES BUKOWSKI (1920-1994)

Arder na água, afogar-se no fogo. O mais importante é saber atravessar o fogo.

15/08/2011

Um B com A = BÊ-A-BA...(II)

A leitura tornou-se uma atividade que já está inserida no cotidiano da maioria das pessoas (pelo menos daquelas que sabem ler). Lê-se sem prestar atenção para o ato, lê-se sem parar, placas, outdoors, cartazes, manchetes de jornais, etc. Inconscientemente, somos chamados à leitura de textos breves ou longos. Tornou-se tão natural e imprescindível quanto alimentar-se ou vestir-se. A todo momento temos que estar atentos para um texto que nos dê qual a direção a tomar numa rua, numa auto-estrada, um anúncio de emprego, de moradia, informações sobre o uso de um medicamento, ler um manual de instruções de um determinado equipamento. Enfim, existem diversas maneiras de se ler, seja folheando uma revista, um livro, percorrendo suas páginas, demorando em certas passagens, pulando outras, leitura rápida, desatenta ou concentrada.

Entretanto, a invenção da escrita e sua evolução passaram por um lento processo. Supõe-se que o nascimento da escrita tenha ocorrido há dezessete mil anos antes da nossa era, passando por modificações à medida que o Homem ía adaptando-se ao meio em que vivia e de acordo com suas necessidades. Ocorreram várias etapas até chegarmos à escrita que temos hoje. A primeira delas foi a ideográfica, na qual eram utilizados sinais representando objetos (pictogramas) ou ideias (ideogramas). Posteriormente, surgiu a escrita cuneiforme, desenvolvida pelo povo sumério, há três mil anos, feita com o auxílio de objeto em formato de cunha. Paralelamente, surgiram os hieróglifos, uma escrita criada pelos sacerdotes egípicios que a utilizavam para marcações em templos e túmulos. Apenas os sacerdotes, membros da alta realeza e escribas conheciam a arte de ler e escrever esses sinais. A etapa seguinte na evolução da escrita foi a criação da escrita alfabética, há mil anos antes da nossa era, através dos fenícios, um povo que vivia da navegação e do comércio.

Saímos assim de uma representação feita por sinais representando objetos ou ideias, para sinais que representam um som e o número de sinais diminui. A leitura vai tornando-se mais simples, mais rica e mais fácil. A abstração alfabética facilita o trabalho da escrita e da leitura, tornando-a agradável. Dos cerca de 1.500 pictogramas chegamos a apenas 26 sinais abstratos, o nosso chamado alfabeto latino, criado no século VIII a.C. (753 a.C.) e baseado no alfabeto etrusco, derivado do grego.

Estamos entrando atualmente numa nova etapa com a chegada da informática. Veremos o que vai acontecer a posteriori.



alfabeto aramaico




escrita cuneiforme


alfabeto grego em antigo vaso

pintura rupestre, Lascaux(França)

primeiras formas de escrita

um ideograma

escrita pictográfica
Fontes: Sociologia da Leitura, de Monique Segré e Chantal Horrelou-Lafarge
e Wikipedia

4 comentários:

  1. Interessante. Curioso. Eu acho incrível o quanto conseguimos construir com tão poucas letras mesmo. Incrível!
    beijoss

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  2. Uma aula. Uma magnífica e tocante aula, minha amiga. Envaideço-me de ser tua amiga.
    Uma bela tarde!

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  3. Que nada, Van, são apenas alguns rudimentos sobre esse tema vastíssimo e que me fascina!
    Como podemos perceber, o nosso processo evolutivo é muito lento...
    por quantas etapas ainda teremos que passar para perceber certas coisas :)

    beijos

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  4. Le, até chegarmos a essas poucas letras tivemos que atravessar MIL
    ANOS!!! Rolou muita coisa antes até
    que desses mil anos...:)

    beijos

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