Que faço deste dia que me adora?
Pegá-lo pela cauda, antes da hora vermelha
de furtar-se ao meu festim?
Ou colocá-lo em música, em palavra
ou gravá-lo na pedra que o sol lavra?
Força é guardá-lo em mim, que um dia assim
tremenda noite deixa se ela ao leito da noite precedente
o leva, feito escravo dessa fêmea a quem fugira para mim,
para a minha voz e minha lira.
( Mas já de sombras vejo que se cobre, tão surdo ao sonho
de ficar - tão nobre.
Já nele a luz da lua - a morte - mora, de traição foi feito:
vai-se embora)
Mário Faustino ( dos Santos e Silva) - poeta, tradutor e jornalista, nasceu em Teresina(PI) em 1930 e faleceu em 1962, vítima de acidente aéreo que ocorreu no Peru, quando ía para os Estados Unidos.
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