Acrílica s/ papel , de "cirandeira"
Pré-História
Mamãe vestida de rendas tocava piano no caos.
Uma noite abriu as asas cansada de tanto som,
equilibrou-se no azul, de tonta não mais olhou
para mim, para ninguém!
Cai no álbum de retratos.
Somos todos poetas
Assisto em mim a um desdobrar de planos:
as mãos vêem, os olhos ouvem,
o cérebro se move, a luz desce das origens
através dos tempos e caminha desde já
na frente dos meus sucessores.
Companheiro,
eu sou tu, sou membro do teu corpo
e adubo da tua alma.
Sou todos e sou um,
sou responsável pela lepra do leproso,
e pela órbita vazia do cego,
pelos gritos isolados que não entraram no coro.
Sou responsável pelas auroras que não levantam,
e pela angústia que cresce dia a dia...
E aí, Maria!! Que pintura interessante... sabe, eu tento muitas vezes partir pra esse estilo de pintura mais estilizado, mas tenho uma mania terrível de deixar tudo "realista". Mas um dia eu acerto! Ótimo post, incluindo o texto!
ResponderExcluirBjão!
Na ciranda da vida havemos de poetas ser...vim ver como estavas e a encontrei com a sua mãezinha, isso é tudo!!!Bjss
ResponderExcluirSomos todos culpados de tudo.
ResponderExcluirUns mais que outros, tá claro!
Cumprimentos
Tudo muito bonito, Cirandeira: ilustrações e poesia. parabéns pela bela pintura!
ResponderExcluirMais do que nunca, estamos todos conectados. Somos todos um só...
ResponderExcluirAmei os poemas e as imagens.
Um beijo.
Gostei da sua pintura numa expressão forte e penetrante e que provocou muitas indagações dentro de mim.
ResponderExcluirAssim como o poema na sua visão extraordinária de gosto por boa literatura.
Como disse sempre aprendo mais quando venho aqui.
Um abraço
Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho
Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio
Nem ama duas vezes a mesma mulher.
Deus de onde tudo deriva
E a circulação e o movimento infinito.
Ainda não estamos habituados com o mundo
Nascer é muito comprido. Murilo Mendes