Pintura alemã, datada do séc.XVIII
(.)
E não sei o que sinto, não sei o que quero sentir,
não sei o que penso nem o que sou.
Verifico que tantas vezes alegre, tantas vezes contente,
estou sempre triste.
Não vejo sem pensar.
Não há sossego - e, ai de mim!,
nem sequer há desejo de o ter!
(.)
Somos todos míopes, exceto para dentro.
Só o sonho vê com o olhar.
Transeuntes eternos para nós mesmos,
não há paisagens senão o que somos.
Nada possuímos, porque nem a nós possuímos.
Nada temos porque nada somos.
Que mãos estenderei para que universo?
O universo não é meu:
sou eu.
Bernanrdo Soares (heterônimo de Fernando Pessoa)
Só hoje consegui vir visitar o seu blog. Valeu a pena. Deparei-me logo com com um poema que encerra tudo aquilo que penso: O Universo sou eu.
ResponderExcluirVou voltar para conhecer melhor.
Um grande abraço,
Maria Emília
Linda esta pintura.
ResponderExcluirPoesia cheia de suavidade e encantos.E ouço aqui neste momento os sinos da igreja badalar.
beijosssssssss
Amanhã coloco o Drácula no "ar"
Beijosssssssssssss
Ai o livro do desassossego... :)
ResponderExcluirFantástico, simplesmente, do início ao fim.
Sou absolutamente apaixonada por Fernando Pessoa e seus heterónimos. Sabe-se que são mais de 100, ainda quero descobrir a todos :)
boa escolha :)
beijinhos
Passei para desejar uma ótima semana .
ResponderExcluirTá lá o Dracula.
beijossssssssssssssssss
Olá :)
ResponderExcluirSim, eu fiz o meu passeio em algumas postagens tuas, e encantei-me exactamente por ser um espaço de pura cultura . Fazes muito bem em divulgares aqueles que não tiveram sorte na mídia, porque há muito talento a ser descoberto neste país, que o que tem de grande, tem de riquíssimo.
Obrigada por lá passares,
voltarei :)
beijos
Belo poema! E fiquei impressionada com esta pintura do sec. XVIII. Gostaria de saber o artista...
ResponderExcluirbeijos, até.
tais luso