DE CHARLES BUKOWSKI (1920-1994)

Arder na água, afogar-se no fogo. O mais importante é saber atravessar o fogo.

07/12/2010

De como o Tempo devorou um poema



Subiu como uma formiga sobre duas preposições.

Mastigou como um leão onde dizia pomba.

Derrubou um pedaço de adjetivo.

Dançou sobre a futilidade da estrofe inicial.

Não se deu ao trabalho de rasgar tudo.

Os fragmentos começaram a bocejar.

Um deles brilhou um pouco,

é preciso que se diga.

Deixou de lado, sem nada

a palavra morte.


Fina Garcia Marruz, nasceu em Havana (Cuba)em 1923. Tem publicados
Las miradas perdidas, Visitaciones, Poesias Escogidas, entre outros. Recebeu o Prêmio Nacional de Literatura em 1990.

2 comentários:

  1. O tempo é, como decía Borges, o melhor antólogo.
    Um poema final, o que resta dele.

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  2. O Tempo é um vai-e-vem constante, ora nos alegra, noutra nos entristece, destrói e refaz
    em sua permanência...

    un abrazo, Lisarda :)

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