DE CHARLES BUKOWSKI (1920-1994)

Arder na água, afogar-se no fogo. O mais importante é saber atravessar o fogo.

29/03/2011

Moras com o belo e o eterno


Espero a neblina

Brancos cavalos já passam

e o peito

(amolado na dor)

ensandece

sob o amor das éguas

E as constelações

dos sonhos pavorosos

fazem crescer

o ritmo do tempo-fogo

nas cordilheiras cordiais

E quando o sangue

do vermelho trágico

rasgar a sombra

as panteras já terão chegado

Acompanho a humanidade

além das muitas miragens


O clarão da existência

Como enramar-me de felicidade

se o campo, a flor, o riso...

e o descontentamento

e a sombra do tempo

e as estrelas se assomam

sob o canto e o silêncio

sobre a vida

e a renúncia

sobre uma pluma

em relâmpagos

a luz

existir em tua ausência

na morada de minh'alma

exânime

Ai bárbaro destino

como mondar a tristeza

que me perece e me amarga

tanto...

como?


Diego Mendes Sousa, Parnaíba(PI) - 1989-

3 comentários:

  1. GUAU! CUÁNTOS CORCELES INTERESTELARES!! BELLOS TEXTO.
    UN ABRAZO

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  2. Gostei bastante deste poema. Hei-de voltar para o ler com o cuidado que merece.

    Beijo :)

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  3. Oi cirandeira amada,

    De novo por aqui me deliciando com sua pesquisa de autores que dizendo encantam.
    Beijos,

    Cris

    Apareça.

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