Trabalha agora na importação
e exportação. Importa
metáforas, exporta alegorias.
Podia ser um trabalhador
por conta própria,
um desses que preenche
cadernos de folha azul com
números
de dever e haver. De facto, o que
deve são palavras; e o que tem
é esse vazio de frases que lhe
acontece quando se encosta
ao vidro, no inverno, e a chuva cai
do outro lado. Então, pensa
que poderia importar o sol
e exportar as nuvens.
Poderia ser
um trabalhador do tempo. Mas,
de certo modo, a sua
prática confunde-se com a de um
escultor do movimento. Fere,
com a pedra do instante, o que
passa a caminho
da eternidade; suspende o gesto
que sonha o céu;
e fixa, na dureza da noite,
o bater de asas, o azul, a sábia
interrupção da morte.
Nuno Júdice, Mexilhoeira Grande, Portugal
Bela visão do que seja o poeta,
ResponderExcluir"e fixa, na dureza da noite,
o bater de asas, o azul, a sábia
interrupção da morte."
Abraço.
gusto y placer, pasar por aquí.
ResponderExcluirun abrazo
Um poeta...
ResponderExcluirdá sentido...
ao que eu ainda...
desconheço...
e nem sequer sei nomear...
Beijos
Leca