Poema nenhum, nunca mais
será um acontecimento:
Escrevemos cada vez mais
para um mundo cada vez menos,
para esse público dos ermos,
composto apenas de nós mesmos,
uns joões batistas a pregar
para as dobras de suas túnicas,
seu deserto particular,
ou cães latindo, noite e dia,
dentro de uma casa vazia.
Alberto da Cunha Melo, sociólogo, jornalista e poeta, nascido em Jaboatão dos Guararapes(PE) - 1942-2007
Sinceramente, Cirandeira, eu não conhecia a poesia de Alberto da Cunha Melo até o ano passado. E que surpresa! Era pra ser mais conhecido nacionalmente, não? O mais das vezes só o vejo citado pelos pernambucanos.
ResponderExcluirE esse poema em especial é digno de estar em qualquer antologia do melhor da poesia brasileira.
Beijo.
Também não conhecia, Marcantonio.
ResponderExcluirEncontrei-o no blog da Maria Muadiê
e achei fantástico! É mesmo lamentável, mas é aquela coisa sobre a qual já falamos: tudo gira em torno do eixo Rio-São Paulo. Ponto. Entretanto, sabemos muito bem que existem excelentes poetas por esse Brasilzão!
Lí alguns dos poemas dele, e achei
assim de uma lucidez, de um espírito crítico, incríveis! É uma pena que tenha ido embora tão cedo. Aliás, nem sei se posso falar isso, não é? Tudo na vida tem a sua razão de ser. E de não ser, também!
um beijo
INTERESANTISIMO TEXTO!!! GRACIAS.
ResponderExcluirUN ABRAZO