É bom morrermos em nossas camas
num tavesseiro limpo
e entre amigos.
É bom morrermos uma vez
com as mãos cruzadas no peito,
vazias, pálidas, sem algemas,
sem arranhões, sem bandeiras,
nem petições.
É bom termos uma morte
não empoeirada, sem furos nas camisas,
sem marcas nas costelas.
É bom morrermos tendo o rosto
num travesseiro branco,
não no asfalto,
de mãos dadas com quem amamos
cercados pelo desespero de médicos
e enfermeiros, com nada além
do abençoado adeus,
sem nenhuma atenção à história,
largando este mundo como está
para um 'outro' - quem sabe
possa vir consertar.
Murid Barghuti (1944- ) - poeta nascido em Deir-Ghassana, aldeia próxima a Ramallah, na Palestina
num tavesseiro limpo
e entre amigos.
É bom morrermos uma vez
com as mãos cruzadas no peito,
vazias, pálidas, sem algemas,
sem arranhões, sem bandeiras,
nem petições.
É bom termos uma morte
não empoeirada, sem furos nas camisas,
sem marcas nas costelas.
É bom morrermos tendo o rosto
num travesseiro branco,
não no asfalto,
de mãos dadas com quem amamos
cercados pelo desespero de médicos
e enfermeiros, com nada além
do abençoado adeus,
sem nenhuma atenção à história,
largando este mundo como está
para um 'outro' - quem sabe
possa vir consertar.
Murid Barghuti (1944- ) - poeta nascido em Deir-Ghassana, aldeia próxima a Ramallah, na Palestina
É bom termos amigos com quem partilhar as coisas boas.
ResponderExcluirÉ bom ter a Cirandeira como garimpeira, à distância de um clique, para fruir a sua inesgotável capacidade de pesquisa em prol dos outros.
Beijo :)
...e é bom, muito bom mesmo! ter
ResponderExcluiramigos como você, mesmo à distância
e virtualmente...!
beijos :)
É verdade. Aqui há preciosidades de teu garimpo.
ResponderExcluirAbç fraterno.
Só posso concordar: garimpagem que só nos traz preciosidades. Fundamental passar aqui.
ResponderExcluirBeijos,
Minha "garimpagem" só existe por causa de vocês, porque não deixa de ser uma troca, uma via de mão dupla! Fico contente por vocês
ResponderExcluirdizerem isso, obrigadíssima!!!
beijossss
Essa Palestina que tanto sofre e que amo, pois uma sobrinha minha tem sangue de lá. Mais que isso, a própria História e Cultura desse Povo Guerreiro nos deixa uma sensação de impotência diante dos poderosos que não permitem a existência do Estado Palestino.
ResponderExcluirAdorei a Poesia, Ci! Desconheço o Poeta, mas desde já, vai fazer parte da minha lista secreta daqueles que guardo no coração.
Obrigada por teu carinho, amiga!Beijos!
Esse teu layout já diz tudo!
ResponderExcluirBoa quinta-feira, querida!
Finalzinho de semana chegando...
EXCELENTE TEXTO. MUY REFLEXIVO.
ResponderExcluirUN ABRAZO
E aí, Ci!
ResponderExcluirMas já tem briga nessa terra, né? O texto é muito feliz em passar para nós, que não vivemos aquela realidade, no quanto deve ser difícil essa vida de conflitos.
Bjão!